Centenários-Autores

 

Sebastião da Gama

Sebastião Artur Cardoso da Gama (Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal, 10 de Abril de 1924 - Lisboa, 7 de Fevereiro de 1952), foi um poeta e professor português, licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1947. Foi professor em Lisboa, Setúbal e Estremoz.

Colaborou nas revistas Árvore e Távola Redonda. Estreou-se em volume em 1945 com Serra-Mãe, exercendo no fim da década de 40 e início da década de 50, um exemplo de superação da oposição entre necessidade de empenhamento versus liberdade de criação em que se debatia a poesia, marcada ainda pela polémica entre presencistas e neorrealistas.



 Eduardo Lourenço

Eduardo Lourenço nasceu em São Pedro de Rio Seco (Almeida) a 23 de maio de 1923 e faleceu em Lisboa, a 1 de dezembro de 2021.

Considerado um dos mais prestigiados intelectuais europeus e uma das mais emblemáticas figuras do século XX português, Eduardo Lourenço deixa uma obra de vulto e um legado que o perpetuará na história da Cultura Portuguesa.

Atento à realidade portuguesa, participou, na vida política do país através da obra escrita e até no apoio a figuras e candidaturas políticas, apesar do seu afastamento. A produção ensaística de Eduardo Lourenço, abrangendo diversas áreas, da literatura e da arte aos acontecimentos políticos contemporâneos, tornou-se um fenómeno singular na cultura portuguesa, orientada por uma constante argumentação personalista, que se traduziu em mais de 40 livros e inúmeros artigos, prefácios, críticas e recensões. As suas Obras Completas têm vindo a ser editadas pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Expoente máximo do ensaísmo literário e cultural contemporâneo, Eduardo Lourenço foi unanimemente reconhecido no meio universitário com quatro Doutoramentos Honoris Causa e no meio cultural e social com a atribuição de vários prémios nacionais e internacionais, para além de condecorações do Estado Português, Francês e Espanhol, e de inúmeras homenagens.





Eugénio de Andrade

Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de janeiro de 1923 no Fundão. Manteve sempre uma postura de independência relativamente aos vários movimentos literários com que a sua obra coexistiu ao longo de mais de cinquenta anos de atividade poética. Revelou-se em 1948, com As Mãos e os Frutos, a que se seguiria, em 1950, Os Amantes sem Dinheiro. Os seus livros foram traduzidos em muitos países e ao longo da sua vida foi distinguido com inúmeros prémios, entre eles o Prémio Camões, em 2001. Morreu a 13 de junho de 2005 no Porto, cidade que o acolheu mais de metade da sua vida.



Natália Correia

Nascida na Fajã de Baixo (Ilha de São Miguel, Açores) em 13 de setembro de 1923, Natália de Oliveira Correia – que se estabeleceu em Lisboa com a mãe e a irmã aos onze anos, quando o pai emigrou para o Brasil – foi uma das personalidades mais destacadas da literatura portuguesa das últimas décadas. Notabilizada através de diversas vertentes do ofício da escrita (foi poeta, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora), tornou-se conhecida na imprensa escrita e, sobretudo, na televisão, em programas como «Mátria», no qual exprimia uma forma especial de feminismo.








Urbano Tavares Rodrigues

 Urbano Tavares Rodrigues nasceu na cidade de Lisboa, em 6 de Dezembro de 1923. Não é apenas o grande escritor do Alentejo, das suas gentes e das suas paisagens, é também o romancista e contista de Lisboa e de outras atmosferas cosmopolitas que, como jornalista e professor universitário, bem conheceu, viajando por todo o mundo.

Tem uma obra literária e ensaística muito vasta, traduzida em inúmeros idiomas. Obteve diversos prémios, entre eles o de Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, o prémio Fernando Namora, o Ricardo Malheiros da Academia das Ciências.

De entre os seus maiores êxitos de crítica e de público, lembramos A Noite Roxa, Bastardos do Sol, Os Insubmissos, Imitação da Felicidade, Fuga Imóvel, Violeta e a Noite, O Supremo Interdito, Nunca Diremos Quem Sois, A Estação Dourada.

Urbano Tavares Rodrigues, que foi afastado do ensino universitário durante as ditaduras de Salazar e Caetano, participou ativamente na resistência e foi preso e encarcerado por várias vezes nos anos sessenta.

Faleceu no dia 9 de agosto de 2013, em Lisboa.




Mário Cesariny de Vasconcelos

Mário Cesariny de Vasconcelos nasceu a 9 de agosto de 1923, em Lisboa. Foi poeta, pintor, tradutor e considerado um dos grandes Mestres do Surrealismo Português. Foi um dos vários artistas, que animaram o movimento surrealista.

O percurso de Mário Cesariny foi brilhante, tanto a nível individual como coletivo, sendo pautado por várias exposições.

Publicou diversos títulos que o distinguiram como detentor de uma das obras literárias mais ricas e carregadas de complexidade do nosso tempo.

Mário Cesariny de Vasconcelos faleceu a 26 de novembro de 2006, em Lisboa.





António Manuel Couto Viana

António Manuel Couto Viana nasceu em Viana do Castelo a 24 de janeiro de 1923, filho de um ilustre minhoto e de uma asturiana, e faleceu em Lisboa a 8 de junho de 2010. Poeta, dramaturgo, contista, ensaísta, memorialista, tradutor, gastrólogo e autor de livros para crianças, foi também empresário teatral, diretor artístico, encenador e ator. Publicou meia centena de livros de poesia e mais de 80 títulos de outros géneros literários. Dirigiu e encenou mais de duzentos espetáculos de teatro infantojuvenil, para adultos, de ópera e opereta. Obteve, tanto pela sua obra poética e literária como pela atividade artística, numerosos e valiosos prémios. 




Mário-Henrique Leiria

Escritor e pintor português, nasceu a 2 de janeiro de 1923, em Lisboa, e morreu a 9 de janeiro de 1980, em Cascais. Participou, entre 1949 e 1951, nas atividades da movimentação surrealista em Portugal (participou na exposição de 1949 e assinou alguns dos textos coletivos, como Afixação proibida tendo aderido ao Grupo Surrealista Dissidente. Exerceu várias profissões (marinha mercante, caixeiro, operário metalúrgico e da construção civil) e viveu grande parte da sua vida no estrangeiro. Dirigiu a revista Aqui (1976) e realizou várias traduções. Depois de ter permanecido, por questões políticas, nove anos na América Latina (1961-1970), voltou para Portugal, só então publicando o seu primeiro livro Contos do Gin-Tonic, primeiro de vários volumes que reúnem pequenas narrativas de um nonsense desumano, onde ainda é visível a influência do legado surrealista. Posteriormente editaria Novos Contos do Gin-Tonic (1974) e Imagem Devolvida. (1974).





António Quadros

Nasceu em Lisboa, no dia 14 de julho de 1923, filho dos escritores Fernanda de Castro e António Ferro. Formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo cerca de 35 obras publicadas. Recebeu diversos prémios pela sua atividade literária e colaborou em diversas publicações. Escreveu para o Diário de Notícias, o Diário Popular, o Jornal de Letras e a revista Ler, entre outras.
Fez traduções de autores franceses.
Brilhante conferencista e orador, dirigiu o Serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, fundou o IADE, onde lecionou História da Arte. Pertenceu ao Grupo da Filosofia Portuguesa e integrou também a International Society for Education through Art, órgão consultivo da UNESCO, de que foi delegado em Portugal até 1981.
Faleceu no dia 21 de março de 1993, Dia Mundial da Poesia.




Luís Amaro

Francisco João Luís Amaro foi um poeta, editor, bibliófilo e investigador português que nasceu no dia 5 de maio de 1923 em Aljustrel. Aos treze anos muda-se para Beja, para um “estágio gratuito” no Dário do Alentejo, seguido de um trabalho assalariado na Biblioteca Municipal. Três anos depois vai para Estremoz, para secretariar o jornal Brados do Alentejo.

Dádiva, o seu primeiro livro, surge publicado em 1949. O livro de poesia voltaria a ser reeditado em 1975, expandido com mais poemas e sob o título “Diário Íntimo”, que tem uma segunda edição em 2006.

Juntamente com outros escritores, fez parte do grupo que dirigiu a revista Árvore entre 1951 e 1953. Colaborou noutras publicações como Seara Nova, Távola Redonda, Atlântico e Portucale, e foi diretor-adjunto e consultor editorial da revista Colóquio/ Letras. 

Morreu a 24 de agosto de 2018, em Lisboa




Lygia Fagundes Telles

Lygia Fagundes Telles (1923-2022)

Nascida em São Paulo, Lygia Fagundes Telles era considerada um dos nomes maiores da literatura brasileira, tendo recebido dezenas de prémios ao longo da carreira, entre os quais o Prémio Camões.

Assumiu-se como “uma escritora do terceiro mundo, atenta às desigualdades”, empenhada em “ajudar o leitor” através dos seus livros, garantindo procurar “dar ao leitor o consolo e o amor” e defendendo que “a salvação está na arte”.

Romancista, contista, membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, vencedora dos prémios Camões e Jabuti, entre dezenas de outros galardões, e distinguida também com a Ordem do Infante D. Henrique, Lygia Fagundes Telles era uma das autoras brasileiras mais admiradas no Brasil e em Portugal.

Morreu no dia 3 de abril de 2022 aos 98 anos.





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